Aos 8 anos, é normal ter várias ideias para burlar as regras e Tomás não foge a essa regra. Ainda bem que as sugestões dele sempre estão no discurso e nunca estiveram “no pular o muro”, como na minha infância.
Diante das negativas, ele sempre tem um argumento contrário, um senão, um porém, um desacordo que o torna um bravateiro de marca maior.
Na partilha, alguns diálogos que sempre me deixam a pensar e pensar:
- Mãe, quando eu for pai, eu não vou ficar ouvindo você toda hora para tomar as decisões sobre a educação dos meus filhos.
- É mesmo?
- É. E eu acho que você não devia ficar ouvindo minha avó sobre assuntos de internet. Ela não entende nada do assunto.
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Depois de uma briga na escola, sigo a orientação de praxe:
- Filho, estou decepcionada com o que você fez. Não podemos bater nos amigos jamais.
- Mãe, mas quem disse que ele é meu amigo? Ele é meu colega.
- Tá certo. Não podemos bater nos amigos, nos colegas, nos desconhecidos, em ninguém.
- Ampliação total? Ou vai deixar os bandidos de fora?
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- Mãe, me deixa dormir na sua cama...
- Filho, você está tão crescido.
- Mas é que eu posso ter um pesadelo e quando estou do seu lado, me sinto o mais protegido dos meninos.
- Filho, você nunca está sozinho e Papai do Ceú está sempre de olho em você.
- Sabe o que é, mãe? Você só tem que me olhar e Deus tem que olhar todo mundo e ainda anotar as besteiras que os grandes fazem. É muita coisa para Ele.
- É muita coisa, mas Ele dá conta.
- Mas tadinho, mãe. É melhor você mesma me olhar hoje à noite e dar uma folga para Deus.