
Tem cheiros e sabores que nos levam para os lugares mais distantes e fazem uma reviravolta em nossos corações. É possível sentir o conforto daquele momento na primeira mordida ou ainda na primeira exalada do aroma que invade o lugar. Assim são, para mim, os bolos. Bolo é comida para compartilhar. Quem, como eu, mora sozinho (ou quase), dificilmente se anima a fazer um bolo. Porque ele corre o risco de ressecar, mofar, enjoar. Porque não vai ter ninguém para elogiar. Bolo é partilha, é coisa de família, de reunião de amigos e, por isso, traz para mim tanto conforto. Bolo fofinho, molhadinho, quentinho vale como mil abraços. Então, quando vi esta imagem acima me lembrei dos bolos que gostaria de comer de novo, em galeria, todas as vezes que eu estivesse triste e cada um me traria uma coisa boa, bem boa. E, quando fosse necessário, eu embalaria para presente e oferecia uma fatia a quem tivesse com o coração carente. Foi isso que pensei quando vi esta foto do Rainhas do Lar.
Estão, por enquanto, na minha lista de bolos presentes estão:
Bolo de chocolate, molhadinho, com a casquinha dura. Só comi na minha infância (minha mãe perdeu a mão) e adoça a gente.
Bolo de “nada” com qualquer geléia para se sentir livre.
Bolo de laranja com salada de fruta para acreditar em rótulos, fabricantes, receitas. Fiz uma vez e deu certo.
Bolo de banana com açúcar e canela. Nenhum é igual ao primeiro. Para sabermos que os momentos são únicos.
Bolo de cenoura. Receita aprimorada sem leite, sem cobertura, para que a gente saiba se adaptar ao necessário.
Bolo de maçã, feito pela minha tia Cristina. Adoro morder os pedacinhos e saber que as pessoas são únicas e nem tudo se aprende.
Bolo de maracujá, com as sementinhas, que comi na redação e não esqueço nunca, porque matava minha ansiedade de foca.
Bolo de maçã com uva passa, porque dinheiro compra algumas coisas. Ninguém diz que comprei pronto, a não ser por eu não ter forno.
Bolo de chocolate com morangos e damascos, cobertura de raspas de chocolate também. Para quando a gente acha que pode.
Bolo de flocos de milho, quente, com café, feito pela Dona Denice, para a gente aprender a achar o que é bom na simplicidade.
Bolo gelado da minha amiga Fátima, para guardar e comer mais tarde. Para aprendermos que promessas de amigos sempre serão cumpridas.
Bolo bem-casado, embrulhadinho, comprado na Sonho Meu, para comer dois escondidos e saber que gula é “pecado” bom.
Bolo de chuva para lembrar minha avó e ser feliz para sempre.
Se quiser que eu acrescente algum na lista, me ofereça um pedaço!