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sábado, 31 de março de 2012

Manual de uma princesa


Para ser uma princesa, não é preciso carregar coroa ou cetro brilhante, mas ter nos olhos o brilho de quem sabe.

Para ser uma princesa, não é preciso sair de um conto de fadas, mas crer nelas piamente.

Para ser uma princesa, não é preciso ter berço de ouro, mas escolher os braços ideais para lhe acolher o sono.

Para ser uma princesa, não é preciso sorrir sempre, mas ter lágrimas que comovam.

Para ser uma princesa, não é preciso ter destino mágico, mas ser mágica para quem a tem como destino.

Para ser uma princesa, não é preciso sempre dizer sim, mas abraçar quem te escolheu.

Para ser uma princesa, não é preciso de lorotas sobre príncipes ou saias bufantes e rosas, mas buscar o final feliz.

* A princesa Elisa, em registro alegre de Adriana Cândido.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Recomeço

Estes dias têm sido de recomeço em casa. Depois das férias, é hora de voltar ao trabalho, levar a criança na escola, acompanhar as tarefas de casa e... falar com ele sobre a disciplina.

Logo ao voltar para a sala de aula, agora no 3° ano, diante da minha orientação sobre bom comportamento e sobre como se apresentar à nova professora, Tomás me diz:

- Mãe, não se preocupe que se o primeiro dia for bom, todos os outros serão.

O primeiro dia foi ótimo. Ela deixou que ele se sentasse ao lado do amigo, direito perdido em 2011. Então, voltei as recomendações para que ele não conversasse tanto, ouvisse bem a professora e se comportasse para garantir o lugar conquistado pela benevolência da primeira impressão.

Então, depois de cinco dias de aula, eu pergunto:

- Filho, está controlando a conversa em sala?

- Sim, mãe, mas tá difícil me controlar.

- Ô, meu bem, você precisa prestar atenção na aula.

- Eu sei. Tô pensando em escrever uns bilhetes quando me der vontade de conversar com os meus amigos. Você me dá um bloquinho?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sobre saudade




Saudade está entre as mais belas palavras da nossa língua. Sem tradução para muitos, é tema de poesia, canção, pintura e tudo mais que envolva emoção e cabe bem nas sete letras que a constroem, assim como nas vírgulas que vamos deixando no meio do caminho.


- Mãe, estou com saudade do meu amigo Arthur.

- Por quê?

- Saudade, mãe, não é palavra. É sentimento. Não tem explicação.

(...)


- Mãe, você tem saudade do que?


- A lista é longa, filho.

(Eu tenho saudade das mãos do meu pai, dos vizinhos da rua 147, do colo da minha madrinha, da minha professora de português, dos almoços disputados pelos primos no domingo, dos biscoitos da minha avó, da elegância da outra avó, do cheiro de mato das férias de janeiro, do sorvete delicioso do Beijo Frio, de passar domingos na ilha, de trocar roupas com amigas, de colecionar papéis de carta, de andar pelas ruas do setor Sul cantarolando, de ocupar as praças com meus sonhos sem medo, de dormir no trajeto para a aula, de rir de mim mesma, de conhecer os cafés da cidade, de acreditar no impossível, dos amigos que foram morar longe, de amanhecer o dia criando projetos, de ouvir o chorinho do Tomás no berço, de beijos inesquecíveis.)

- Filho, a lista é pequena. Eu tenho saudade do tempo.


Foto do blog: http://expectativasdesleaiis.blogspot.com/

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Contratos cumpridos

Foi o ano.

Transformações. Encontros. Teatro. Diálogos. Família. Monólogos. Desencontros. Pedidos. Despedidas. Beijos. Madrinha. Lágrimas. Sonhos. Decepções. Livros. Dúvidas. Filmes. Doces. Cozinha. Amigos. Cinema. Vestido. Presentes. Vinho. Lilás. Agendas. Trabalho. Novo. Madrugada. Escola.

Com contratos cumpridos, vou seguir até 2010. Na última semana, uma pausa para atualizar os filmes vistos (vejam Abraços Partidos) e para ler o último livro (leiam Caminhos da Reportagem, dos meus amigos Deire Assis, Rogério Borges e Vinícius Sassine). E para estar, sobretudo, com quem eu amo...

Te encontro lá, em 2010!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sobre o que os pais não podem ensinar


Como não dá para ficar uma semana toda borocoxô, segui adiante, organizando a festinha do pequeno na escola, fazendo as encomendas, cuidando da microcasa e trabalhando. No meio disso tudo, ainda tenho que educar, ensinar os valores importantes e dar muitos conselhos sobre o futuro. Foi em uma destas tentativas que aprendi que tem certas coisas pais não devem se meter a ensinar.


Têm umas três semanas que o Tomás coleciona uns bonequinhos nada haver chamados Gogo’s. É uma febre entre meninos e meninas. As pequenas miniaturas são vendidas em pacotes de dois e vêm acompanhados de figurinhas. Cada pacote custa R$ 1,50 e ele pode comprar até dois com a sua semanada. É claro que sempre tem um adulto mais afoito (no caso do Tomás, é a avó) que colabora para a coleção crescer mais rápido.

Os bonequinhos não têm mais de 3 cm de altura, são coloridos e possuem status diferentes: brilhantes, multicolors e normais. E as duas primeiras categorias são alvo da cobiça das crianças, porque são mais raras. O Tomás não entendeu isso de cara. Demorou a saber o que significava ter uma coleção, fazer trocas e guardar bem as suas preciosidades. Na primeira semana, ele fez pequenas doações. Quando cheguei à escola, a coleção que tinha 18 elementos tinha tido uma baixa de 2, doado aos amigos. Ele e os amigos estavam em polvorosa, enquanto eu perguntava o “por que” de não ter feito trocas. A mãe de uma coleguinha, que é pedagoga, chegou perto de mim e disse:

- Ah, Luisa! Eles estão tão felizes! Deixa que ele vai aprender.

Na semana seguinte, o sortudo que tinha seis bonequinhos multicolors voltou sem nenhum. Desta vez não tinha acontecido nenhuma doação. Foram trocas com um dos melhores amigos, o pequeno Oliveira, que de tão esperto dá nó em pingo d´água. Quando o Tomás chegou em casa, ficou meio cismado.

- Mãe, eu acho que eu fui meio burro...

- Que é isso, filho! Sua coleção está bonita, você ainda tem aquele que brilha no escuro e, na próxima semana, você faz mais trocas!

Chegou a semana seguinte e o Tomás já tinha quase 30 bonequinhos. Quando vou buscá-lo na escola, ele está com o maior bico. Os amigos tinham o bonequinho mais raro da coleção, o número 1. Ele não era multicolor, não era brilhante, mas os meninos tinham dito ao Tomás que este era o mais valioso. E nenhuma solicitação de troca do pequeno funcionou. As lágrimas escorriam, ele não se conformava de ser o único a não ter o boneco. E eu, de cá, pensando como ensinar que coleção é algo legal, que a gente se diverte, mas não pode ser motivo de choro.

- Filho, você tem tanto legais! Você ainda vai comprar outros e o primeiro irá aparecer!

- Mãe, mas só eu que não tenho. O Oliveira falou que não tem mais desse.

Choro para lá, palavras para cá e eu tive a ideia que não devia ter tido.

- Então, semana que vem, você chega lá e diz que o mais especial é o número 30, que este é o que todo mundo quer. Você vai ver como todos vão querer fazer trocas com você.

- Mãe, você quer que eu engane os meninos?

- Não, filho. De jeito nenhum, quero só que você faça bons negócios.

- Ah... Você quer que eu minta para eles!

- Não. Que é isso! É que você pode dizer que é especial o que você quiser. Ele é especial para você.

- Mãe, eu acho melhor a gente tentar achar o número 1 de outro jeito.

Eu também acho e fazer uma coleção tem sido um grande aprendizado para nós dois. Paciência, persistência e lábia não são virtudes familiares. Vamos ter que treinar juntos. E eu, de cá, vou treinar em dobro a paciência para ver o menino se virar sem tanta mediação.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mudanças



“Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente

Viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo

No mundo”

Lulu Santos


O mundo a minha volta mudou. Virou de cabeça para baixo, tomou banho de chuva, fez cachos e está, assim, completamente diferente. E não foi só ele quem mudou, foram as pessoas à minha volta, fui eu... E tantas mudanças nos obrigam a mudar de lugar, a se reposicionar e a refazer laços antigos. Dá muito trabalho. Muitas vezes diante de um nó, aparentemente bem feito, encontramos muitas mágoas, coisas deixadas para trás, poeira escondida debaixo do tapete. E, às vezes, é quase certo que para refazer o laço é preciso cortar um pouquinho, diminuir as pontas, deixar a fita aberta para perder as marcas... Em outras ocasiões, os laços se desfazem e se refazem sem que a gente se dê muita conta. Daí, um dia à tarde, o telefone não toca, você sente um silêncio e pensa “no que estava ali há um segundo”.


Tenho vivido isso intensamente. 2009 está sendo um ano de mudanças. Não são apenas partidas, são chegadas, mudanças diversas. Meus amigos, minha família, está tudo tão diferente. Os vizinhos de porta, mudaram-se todos. Duas grandes amigas preparam as malas e lá se vão... para São Paulo, rumo à uma nova vida. Minha irmã está casada e agora minha família vive em três endereços diferentes nesta pequena grande cidade. Meu filho será alfabetizado. Minha amiga de infância ganhou dois filhos de uma só vez. E foi tudo tão rápido...

Quando há uns meses atrás, nos reunimos para comemorar os dez anos de formatura, atrás da mesa, para fotos, tinha homens e mulheres com sorrisos de meninos e meninas. É, ando nostálgica, um bocado. Estou sentindo muitas saudades das pessoas como elas eram, de mim como eu fui um dia, das risadas que eu dei, dos amores que senti, das dores que resolvi. Não há tédio, nem tristeza nesta saudade, apenas um pouquinho de dor porque a cada mudança a gente separa um pouquinho para guardar nas caixas de recordações. E ganha um pouquinho, é certo, para levar adiante. Mas estou exatamente abrindo a caixa para guardar os passeios sem compromisso, a sobremesa na Richesse às 13h40, as letras de música na contracapa do caderno, as balinhas furtadas na aula, as caronas para as festas, a torta de sorvete, as horas no telefone...

Hoje não tem histórinha do Tomás. Também, pudera... O Tomás só tem 5 anos. Ele só quer saber se o dente dele irá cair amanhã, se o dia das crianças é amanhã, se o céu estará nublado amanhã. E, eu? Bem, eu quero saber onde eu guardei o dente perdido aos 12 anos, se os meus amigos sentem saudades também, se o vestido dos meus 6 anos ainda pode existir em algum canto do mundo, se o pirulito Zorro era mesmo o melhor pirulito do mundo e se para nostalgia existe remédio, além do tempo. Mas, sinceramente, acho que é como uma onda e já irá passar.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Flores de agrião



Sim, elas existem. São comestíveis e, por um acaso, deliciosas. São vermelhinhas com miolo amarelo. Belíssimas as flores de agrião mexicanas, que encontrei ontem em um verdurão da cidade. Elas se bastavam para pôr a beleza necessária para os meus convidados da noite.

Às vezes, uma novidade assim, tão simples, faz com que a gente pense nos caminhos complicados que percorremos para conseguir agradar o outro, dar o nosso melhor. E eu, que adoro pequenos detalhes, corro sempre o risco de me perder por inteiro no todo.

Segue mais um diálogo daqueles antes que a salada ficasse pronta. O cenário é a sala do apartamento. Eu, empunhando bravamente o aspirador. Ele, tentando fazer suas manobras no videogame emprestado diante do barulho insuportável do meu ajudante móvel.

- Mãe, por que você gosta de tudo tão perfeito?

- Porque é bom tudo perfeito, no lugar, não?

- Não sei.

- Claro que é, filho. A casa limpinha, a mesa bem posta, a cama arrumada.

- É, é bom. Mas nem tudo tem que ser tão perfeito, sabia? Às vezes, você podia deixar ser...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Gentileza III


Para terminar a minha semana de reflexões dedicada a gentilezas, vou falar uma coleção preciosa, que só uso em grandes momentos como se faz com jóias de família. É uma coleção de gentilezas que guardo para aqueles momentos em que ficamos meio borocoxô e não se reconhece muito o valor que se tem. Daí, eu fecho os olhos bem apertados, respiro fundo e deixo vir um destes instantes tão poderosos que me fazem sentir algo tão bom, tão bom, que só mesmo uma gentileza é capaz. Alguns destes momentos, eu vou catalogar para não perder a minha mania de lista, mas não necessariamente estão organizados assim ou citados aqui:
- A primeira volta de bicicleta no Clube de Engenharia, com meu pai me seguindo e me apoiando antes das quedas;
- As mãos da minha prima Ana Cristina me segurando, no rio, para me ensinar a nadar, sem desanimar com o meu desajeito;
- Um vestido branco, encomendado por minha mãe, com uma renda branca na gola para o meu aniversário de seis anos. Foi a roupa mais bonita que eu já tive;
- Os biscoitos fritos da minha avó Ana, no final da tarde, no último dia de férias, todos os anos antes da sua partida;
- A colcha bordada de tulipas com ramos enormes pela minha tia Maria, de um ano para o outro, presente perfeito;
- As cartas da minha madrinha, com selos de diferentes lugares do mundo, mas com o carinho e sabedoria de sempre;
- As trocas e os empréstimos de roupas entre eu e a Carolina, na adolescência. Ela, sempre mais antenada do que eu, me vestia com muito dom;
- As ligações, que não falham nunca, vindas de Brasília da minha amiga Indira;
- As muitas caronas para levar meu pai ao médico ou socorre-lo em momentos de crise. Gente que não tem o nosso sangue, mas tem algo maior conosco;
- Os longos cafés com minha amiga Deire, nos anos bem passados;
- Uma cantoria linda, na minha janela, quando eu fiz uns 20 anos. Amigos afinados e perfeitos em guardar segredo, escolher repertório e me deixar corada;
- Dois convites para ser madrinha. Primeiro do Vinícius e depois da Dri;
- Dois outros convites para ser madrinha de casamentos importantes e únicos;
- Os copos d´água que minha secretária Annielly colocava na mesa para que eu não desidratasse na gravidez;
- O empenho de dois amigos para fazer uma faxina antes da minha mudança, enquanto eu fiquei sentada feito uma pachá, com a desculpa da gravidez;
- A minha médica me ameaçando ligar para minha mãe caso eu não engordasse um quilo no mês seguinte, no meu pré-natal;
- O chá de casa nova “surpresa” organizado por amigas empenhadas e carinhosas;
- A correria da minha irmã para embalar de última hora as lembrancinhas de nascimento do meu filho e comprar roupas que vestissem seus 2,6 quilos;
- Todos os convites das festas do Tomás, feitos por mãos habilidosas de amigas tão queridas. E as ajudas que recebi para organizar as festas, do primeiro ao mais recente;
- As muitas mãos firmes que me ampararam no dia que meu pai se foi;
- A bandeja cheia de copinhos descartáveis com gelatina colorida que a Marta prepara toda vez que meu filho vai ficar na sua casa;
- As duas primeiras viagens que fiz com a Carlinha e o Pedro para Brasília, no banco de carona, aprendendo a viver;
- O copo de chá, em cima da bancada, toda vez que meu filho chega na casa da minha mãe;
- Os desenhos e pinturas do Tomás que enfeitam minhas paredes e minhas gavetas;
- Os encontros de amigas do dia 10.
Não sei se eu merecia tanto, mas dou a estes e outros momentos e fatos da minha vida um valor imensurável. Sou grata a estas pessoas, próximas ou distantes, por me ensinarem o valor da gentileza, de gestos pequenos e grandiosos que me fazem até hoje sorrir.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pour Elise




Pour Elise é uma composição de Beethoven, feita supostamente para uma grande mulher, uma grande amiga, mas cuja inspiração é na verdade desconhecida.


Mas a composição é sobretudo a tradução do nome Elise, em francês, ou Elisa, em português. Delicada, forte, suave e quase como um vento nos ouvidos. O nome Elisa tem origem germânica e significa mulher feliz. Mas me disse uma mãe de Elisa, que ainda não viu seu rosto, mas já sente sua presença, que Elisa significa enviada de Deus.


Talvez por saber deste significado ou por sentir-se tão tocado por este nome de cinco letras que Beethoven fez esta música para Elisa com tanta delicadeza e movimento quanto cada um dos seus acordes...


Que haja então pour Elise muita música, graça, flores, felicidade, lágrimas nos olhos e amor que não mais termina.


Logo abaixo a música do mestre e, acima neste post, a inspiração para um arranjo de flor que, desde de domingo, se chama Elisa.



quarta-feira, 10 de junho de 2009

Com carinho, uma fatia de bolo...



Tem cheiros e sabores que nos levam para os lugares mais distantes e fazem uma reviravolta em nossos corações. É possível sentir o conforto daquele momento na primeira mordida ou ainda na primeira exalada do aroma que invade o lugar. Assim são, para mim, os bolos. Bolo é comida para compartilhar. Quem, como eu, mora sozinho (ou quase), dificilmente se anima a fazer um bolo. Porque ele corre o risco de ressecar, mofar, enjoar. Porque não vai ter ninguém para elogiar. Bolo é partilha, é coisa de família, de reunião de amigos e, por isso, traz para mim tanto conforto. Bolo fofinho, molhadinho, quentinho vale como mil abraços. Então, quando vi esta imagem acima me lembrei dos bolos que gostaria de comer de novo, em galeria, todas as vezes que eu estivesse triste e cada um me traria uma coisa boa, bem boa. E, quando fosse necessário, eu embalaria para presente e oferecia uma fatia a quem tivesse com o coração carente. Foi isso que pensei quando vi esta foto do Rainhas do Lar.

Estão, por enquanto, na minha lista de bolos presentes estão:

Bolo de chocolate, molhadinho, com a casquinha dura. Só comi na minha infância (minha mãe perdeu a mão) e adoça a gente.

Bolo de “nada” com qualquer geléia para se sentir livre.

Bolo de laranja com salada de fruta para acreditar em rótulos, fabricantes, receitas. Fiz uma vez e deu certo.

Bolo de banana com açúcar e canela. Nenhum é igual ao primeiro. Para sabermos que os momentos são únicos.

Bolo de cenoura. Receita aprimorada sem leite, sem cobertura, para que a gente saiba se adaptar ao necessário.

Bolo de maçã, feito pela minha tia Cristina. Adoro morder os pedacinhos e saber que as pessoas são únicas e nem tudo se aprende.

Bolo de maracujá, com as sementinhas, que comi na redação e não esqueço nunca, porque matava minha ansiedade de foca.

Bolo de maçã com uva passa, porque dinheiro compra algumas coisas. Ninguém diz que comprei pronto, a não ser por eu não ter forno.

Bolo de chocolate com morangos e damascos, cobertura de raspas de chocolate também. Para quando a gente acha que pode.

Bolo de flocos de milho, quente, com café, feito pela Dona Denice, para a gente aprender a achar o que é bom na simplicidade.

Bolo gelado da minha amiga Fátima, para guardar e comer mais tarde. Para aprendermos que promessas de amigos sempre serão cumpridas.

Bolo bem-casado, embrulhadinho, comprado na Sonho Meu, para comer dois escondidos e saber que gula é “pecado” bom.

Bolo de chuva para lembrar minha avó e ser feliz para sempre.

Se quiser que eu acrescente algum na lista, me ofereça um pedaço!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

E era para ela ser a Wendy…


Amizade é a maior herança que deixamos para os nossos filhos. Amigos, amigas, gente que gosta deles, que ajuda, que está lá para bater palmas, para brincar e ajudar a entender o mundo.
Meu filhote nasceu cercado destes amigos, que já brincaram de amigo-secreto com ele na barriga, que tiraram fotos do seu crescimento e que me ajudaram a arrumar cada detalhe da sua chegada. Uma destas amigas é a menina Isabela, que quando ele nasceu, já tinha 7 anos e nenhum irmão para dedicar o seu carinho.
Nos seus dois primeiros anos de vida, o Tomás contou assiduamente com a dedicação, os gracejos e a boa companhia da Isabela. Não sei como, com qual paciência, ela foi a primeira amiga a dormir na nossa casa, acompanhou nossas visitas ao Zôo, ao parque, à exposição de peixes. Provocou suas risadas, Acompanhou sua primeira viagem e seus mergulhos em uma piscina quente. Era a “Bé”, a amiga preferida.
A vida deu voltas, como sempre tem que dar, e o relógio impaciente também. Ficamos mais distantes. Em especial, no último ano, quando nos vimos pouco. Mas para o Tomás, a sua amiga ainda era a pequena companheira de travessuras.
Dia desses, fomos a casa dela para a festa do irmão, que nasceu depois do Tomás. E ele estava elétrico para ver a amiga, para brincar de alguma coisa, para matar o tempo perdido. Do alto dos seus 12 anos, de vestido e sapatilha, ela foi a nossa recepcionista. Ele se escondeu atrás de mim envolto em uma decepção. A noite não foi tão boa como costumam ser os aniversários. O pequeno não quis muita conversa, não estava para brincadeira. Ao sair, fez o seguinte comentário:
- As pessoas que a gente ama não deviam crescer nunca, mãe! Mas nunca mesmo!