segunda-feira, 25 de maio de 2009

E era para ela ser a Wendy…


Amizade é a maior herança que deixamos para os nossos filhos. Amigos, amigas, gente que gosta deles, que ajuda, que está lá para bater palmas, para brincar e ajudar a entender o mundo.
Meu filhote nasceu cercado destes amigos, que já brincaram de amigo-secreto com ele na barriga, que tiraram fotos do seu crescimento e que me ajudaram a arrumar cada detalhe da sua chegada. Uma destas amigas é a menina Isabela, que quando ele nasceu, já tinha 7 anos e nenhum irmão para dedicar o seu carinho.
Nos seus dois primeiros anos de vida, o Tomás contou assiduamente com a dedicação, os gracejos e a boa companhia da Isabela. Não sei como, com qual paciência, ela foi a primeira amiga a dormir na nossa casa, acompanhou nossas visitas ao Zôo, ao parque, à exposição de peixes. Provocou suas risadas, Acompanhou sua primeira viagem e seus mergulhos em uma piscina quente. Era a “Bé”, a amiga preferida.
A vida deu voltas, como sempre tem que dar, e o relógio impaciente também. Ficamos mais distantes. Em especial, no último ano, quando nos vimos pouco. Mas para o Tomás, a sua amiga ainda era a pequena companheira de travessuras.
Dia desses, fomos a casa dela para a festa do irmão, que nasceu depois do Tomás. E ele estava elétrico para ver a amiga, para brincar de alguma coisa, para matar o tempo perdido. Do alto dos seus 12 anos, de vestido e sapatilha, ela foi a nossa recepcionista. Ele se escondeu atrás de mim envolto em uma decepção. A noite não foi tão boa como costumam ser os aniversários. O pequeno não quis muita conversa, não estava para brincadeira. Ao sair, fez o seguinte comentário:
- As pessoas que a gente ama não deviam crescer nunca, mãe! Mas nunca mesmo!

3 comentários:

  1. "não deviam não, Tomás" - diga a ele.

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  2. Dri, você é a versão feminina do Peter Pan... e disso o Tomás já tem certeza. Deirinha, eles não deviam crescer nunca, né?

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