segunda-feira, 4 de maio de 2009

Falta um campo


Me lembro da primeira ficha que preenchi depois que o meu filho nasceu.
Nome da criança, idade, endereço único, telefone, alergias, pediatra, mãe, pai...
Estado civil, nem pensar?
Há cinco anos atrás, ainda tinha gente que não se adaptava para os novos formatos da vida.
Eu, mãe de primeira viagem, ainda sem saber onde me encaixar, tinha todas as informações, mas não tinha onde registrar que eu não era a esposa nem do modelo padrão e nem de jeito nenhum do pai do meu primeiro e único filho.
E foi uma simples ficha que me mostrou que eu ia ter que gastar saliva e emoção para explicar que estávamos ali, diferente de muita gente, para também ser feliz.
Vivo dando esta explicação... de repente quase igual a atriz da novela das oito em sua última declaração para a CARAS, outras vezes sem a menor paciência com a curiosidade alheia, mas sempre preocupada em não ferir os sentimentos (não pense que são os meus) do meu filho.

Um comentário:

  1. marcava uma consulta outro dia para o arthur mas eu deveria ir primeiro. perguntei: "só eu?". do outro lado da linha, a pessoa disse: "se o pai puder vir, será ótimo." eu, até dando risada, respondi: "não, ele não pode."

    as fichas (e não só elas)... sempre parecem diminutas diante da complexidade da vida da gente... e a gente segue dando explicações.

    bjo!

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