Desde que me entendi como mãe, uso o tal sistema de regras. São regras para isso e regras para aquilo. Dia da bala, hora de dormir, dia do videogame, hora do desenho. Quando Tomás foi para escola, as regras ganharam nome fofinho: combinado. Mas, na forma, é a mesma coisa. Se não cumprir a regra, perde o direito. Um dia, minha terapeuta me fez uma pergunta: e quando é que ele ganha? Não soube responder, mas passei a usar a “perda” com mais moderação.
Mas mesmo com moderação, na hora que nos deparamos com situações em que os pequenos estarão completamente por sua conta e risco, temos que apelar para uma enorme lista de regras, com o propósito de acreditar que estaremos onipresentes durante aquele período.
Então, esta manhã, antes do início da colônia de férias, que duram exatos cinco dias, eu explicava ao pequeno tudo o que podia (na verdade, o que não podia) durante o período que estiver por lá.
- Filho, a primeira regra que nunca podemos nos esquecer é que temos sempre que respeitar os outros!
- Sim, mamãe, principalmente os mais velhos.
- E também temos que cumprir os combinados do grupo, não entrar na piscina antes da hora, usar filtro solar, respeitar a fila, não fugir da sala, não tentar resolver situações difíceis chorando, não rir dos outros, juntar os nossos pertences e comer tudo que colocarem no nosso prato. Entendido?
- Sim. Entendi tudinho. Só faltou uma regra.
- É! Qual? (Como assim faltou uma regra, eu disse tudinho?!?!).
- Combater o racismo, mãe. É muito importante dizer não ao racismo.
Algo na Copa do Mundo ficou e neste caso é uma boa regra, em que ele ganha e não perde nadinha. Lá se foi ele, acompanhado dos primos, com a mochila nas costas, pronto para cumprir e descumprir regras e para aprender com o mundo como é que se pode ser feliz.
Regra número 1 da colônia de férias e da vida: dizer não ao racismo. Pronto! Sabe tudo esse menino!
ResponderExcluirMuito bom seu texto!
ResponderExcluirAbraços
que fofo esse seu filho!
ResponderExcluiressa regra é a regra número 1 da vida!!