quinta-feira, 2 de junho de 2011

O desafio de ser mãe



Todos os dias, nós que somos mães acordamos para o desafio de educar os nossos filhos para o mundo, para serem pessoas fortes e valentes, para não se curvarem diante da crueldade, para se protegerem de toda a injustiça, para se fazerem perspicazes e sóbrios diante da dúvida, para se dobrarem a força de Deus e para sempre erguerem os olhos rumo ao futuro. Deste desafio, nós não tiramos férias, folga ou feriado.

Não existe tempo nublado, dor de barriga, tristeza profunda ou cansaço que nos tirem desta obrigação. Ela nasce junto com o filho, se abriga na mala na maternidade e corre o mundo conosco onde quer que estejamos, onde quer que eles estejam. E todos os dias a gente tenta, acerta e erra em proporções nem sempre justas, mas em dicionário de mãe não existe a palavra desistir. Existem persistência e amor na mesma proporção do medo e da insegurança.

E a cada dia o desafio imposto toma outras formas, ganha novos contornos e sempre exige da mãe a capacidade de se adaptar, se forjar inteira diante de dores maiores, se fazer sábia diante das perguntas sem respostas, se fazer aprendiz diante do crescer do filho. Não se é mãe apenas uma vez. Não se constrói este papel no tempo inexato da chegada do filho. Ele é feito de dia-a-dia, de toque, de palavra, de amor, de olhar, de vida.

No desafio de ser boa mãe, aprendemos que a maternidade não se dá somente na relação com o filho. Que ela se expressa na confidência entre amigas, na cobrança de uma professora, no carinho pelo amigo de um filho, na forma como passamos a ser filhas redescobrindo a própria mãe e principalmente na relação com o pai da criança. Muitas vezes não somos mães juntas aos pais.

Mas mesmo a inexistência desta cumplicidade nos molda mães. Nos dá deveres e obrigações duplicadas, nos tira sossego, mas nos oferece liberdade de alto preço, escolhemos e decidimos a revelia do outro. Mas isso reforça em nós a responsabilidade diante deste novo homem e desta nova mulher que se forma sob o nosso olhar.

Quando somos mães sozinhas temos que investir em outros laços, construir novas pontes para o futuro, apalpar o escuro do mundo para não deixar o rebento cair. Não que seja muito diferente para quem esteja acompanhada na missão. Se vive a dúvida, o medo, a angústia junto, mas se partilha o amor, a alegria e o sucesso também.

Não é fácil não ter mão ao lado, mas é possível, porque para ser mãe não precisamos do útero ou do parceiro, mas de coração imenso e corajoso onde se abrigará a prole em qualquer idade, em qualquer circunstância, para cobri-la e acobertá-la do frio do mundo.

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