quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

17 de fevereiro

Querido, já foram muitas noites sonhando com você, neste último mês. Nestes encontros praticamente diários, fizemos de tudo um pouco: conversamos, olhamos, choramos, abraçamos e sorrimos. Nada na quantia suficiente, no necessário para aplacar saudade de tanto tempo.

Em um destes encontros, talvez o mais real, você entrou aqui em casa enquanto eu dormia. Eu me dei conta da porta aberta e assustada fui ao quarto do Tomás, onde você velava o sono do meu menino e me dizia: “Tenha calma, sou eu. Estou aqui”.

O sonho foi em uma noite depois de tristeza diurna pelas coisas que nem sempre se resolvem como gostaríamos. E o colo me fez falta... Pai, eu queria mesmo é que você estivesse aqui!

São três anos. É um Tomás com sete anos. Uma irmã que se casou. Uma mãe cada dia mais solitária. Um novo trabalho. Uma nova possibilidade de vida. Amigos que se foram e amigos que chegaram.

É uma pequena vida, pai, que você não viu florir.

Mas mesmo assim, eu também estou aqui.

3 comentários:

  1. Ele sempre estará aí, a velar seu sono, o sono do Tomás, a cuidar de você e da sua saudade...

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  2. Poxa...não fique triste Luisa. Por seus sonhos você já viu que seu pai vela por você...sinta apenas a saudade, que será eterna.
    Beijos

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  3. Meu amor, sei a dor que sente nesses dias.
    Sei o quanto as saudades de seu velho pai ficam presentes nestes tantos fevereiros que são colecionados.
    Saiba que estarei ao seu lado por todos os que virão, colhendo suas lágrimas, acolhendo sua solidão e plantando vida neste coraçãozinho.
    Te amo.

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