“Há um menino, há um moleque, morando dentro do meu coração...
Toda vez que o adulto balança, ele vem e me dá a mão”.
Os dias de agosto são os mais corridos do ano. Não sei se é o clima, o vento que varre todas as coisas, mas a rotação da Terra aumenta e os pensamentos voam.
Outro dia com Romeu, o gato adotado pela família, eu observei para Tomás as características do bichano, sempre derrubando enfeites e atropelando os passantes como um trem.
- Tomás, este gato é mesmo de capricórnio. Só faz o que quer e é dengoso demais.
- Mãe, o que é ser de capricórnio?
- É o signo de quem nasce entre dezembro e janeiro, filho.
- Ah... E o meu é qual mesmo?
- Sagitário, Tomás.
- Não, mãe... É outro o nome.
(Neste momento, voando pensei que ele iria assumir o 13º signo).
- Católico, mãe. Eu sou católico.
x-x-x-x
No carro, é que seguimos para os destinos e lá Tomás viaja como quem irá chegar em outra parte do universo.
- Mãe, sabe quem decide se iremos para o céu?
- Quem, Tomás?
- Papai Noel. Ele sabe de tudo o que fazemos de certo e errado. E no final manda uma cartinha para Deus contando sobre todas as coisas.
- E você acha o que disso?
- Acho que ele é bonzinho, mas muito fofoqueiro.
x-x-x-x
Ainda na mesma rua, neste tempo seco de agosto, reclamei do cheiro das baratas que sobe pelo esgoto.
- Mãe, você sabia que podia também ser uma barata?
- Como assim, filho?
- Mãe, a gente vem para o mundo e usa um corpo que Deus quiser. Mas o que é nosso mesmo é a alma.
(Silêncio)
- Mãe... Você não preocupe com as baratas. Daqui elas só levarão a alma.
Essas coisas me ajudam a aguentar os tempos de enjoos, moleza e fraqueza; meses que antecedem a vinda do meu primeiro neném ao mundo. Tomás me inspira!!
ResponderExcluirêta menino sábio! (eu tb sou de capricórnio)
ResponderExcluirQuando eu crescer quero ser que nem o Tomás...
ResponderExcluirAdorei, Luísa... Muito perspicaz e doce o seu pequeno sagitariano católico (rs). Viver esses momentos deve ser uma delícia. Um abraço, Fabrícia Hamu
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