Entre as fixações do Tomás, está o desejo de ter
padrinhos mágicos. Como o personagem Timmy Turner, ele gostaria de estar ladeado por estes seres de outro mundo capaz de lhe realizar desejos dos mais sensíveis aos mais absurdos. Estão entre os pedidos deste meninote de sete anos um mês de férias para cada um de escola, um cachorro cor de areia, uma vida sem contas de horas, dias ou dinheiro, uma viagem para outro planeta.
E, a cada dia, a lista muda. Muda de acordo com suas conveniências ou dificuldades. Mas sempre existe, nesta lista, um pedido muito especial. Para o qual seus olhos brilham e o meu coração amolece. E, com certeza, é um pedido que não precisa de padrinhos mágicos. Precisa somente da sua pureza infantil para chegar aos ouvidos de quem precisa.
Tomás tem um amigo querido, de quem já falei
aqui, chamado Pedro. Com oito anos, é meu sobrinho de coração e é também personagem de
muitas histórias vividas na infância do Tomás. Com o Pedro, meu pequeno aprende muitas coisas. Os dois brincam e brigam na mesma proporção. Mudam de time, torcem ao contrário, trocam figurinhas, afetos e, às vezes, desafetos. Mas seguem lado a lado, não pela amizade que tenho pela Carla, mãe do Pedro, mas pela amizade que construíram e que, na minha esperança, se tornará mais sólida com o passar dos dias.
É do Pedro o pedido mais importante do Tomás para os padrinhos mágicos.
- Mãe, vou pedir para o Pedro poder andar...
- Filho, por quê? O Pedro é uma criança muito feliz.
- Mãe, mas eu quero que ele possa jogar bola.
- Vocês já jogam do jeito de vocês.
- Mas eu quero que ele seja, assim,
o melhor jogador do mundo.
Para este pedido, eu preciso diariamente alargar o meu discurso para contemplar a legitimidade do desejo do Tomás e ensinar a ele que existem caminhos possíveis. Também preciso aprender com ele a ter esperança de um jeito que só as crianças têm.
Hoje cedo, vendo o
Bom dia Brasil, ele me chama e diz assim:
- Já tenho a solução, já que os padrinhos mágicos não existem mesmo.
* Na foto, Pedro ladeado de seus amigos mágicos: Tomás e Carol. Registro da tia coruja!
Penso que se a gente crescesse e conservasse a boa vontade infantil muita coisa seria resolvida por aí afora.
ResponderExcluirCris
ai que lindo, Lú!!
ResponderExcluiressa pureza das crianças me encanta à cada dia!
bju