Viajei a semana toda com um questionamento engasgado na garganta. Não sei por que os filhos precisam pensar tanto...
- Mãe, bem que a gente podia ter uma família completa, né?
- Filho, o que é uma família completa? Você acha que a nossa família é incompleto?
- Mãe, uma família completa tem que ter um pai, uma mãe, um irmão mais velho, um irmão do meio e um irmão pequeno.
- Ah... Então a sua é quase completa. Tem um pai, uma mãe e uma irmã, né? E tem ainda uma avó, uma dinda e uma porção de gente que te ama.
- É, mas só que famílias completas de verdade moram juntas.
“O pensamento parece uma coisa boa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar”, já dizia a música.
Lá em casa, via de regra, meu filho não vê novela, nem coisas do gênero. Na programação infantil, os desenhos têm famílias diferentes, irmãos que viajam para terras distantes e super-heróis imbatíveis de cores e sexos variados que vivem sozinhos por opção. Só não consegui fugir dos pais “comercial de margarina” do desenho Caillou. Na escola, não existe dia disso ou daquilo, existe dia da família. Nos livros, os personagens não seguem padrões. Na sala de aula, os colegas têm as mais distintas formações familiares e tudo é dito com muita clareza pelos educadores.
Mas não sei em que momento a família cristã padrão fisgou o meu filho. Mas fisgou de jeito. Este foi apenas um dos questionamentos de uma fileira que ele me expôs. E, mesmo recebendo sempre respostas diretas e objetivas, o pensamento está ali, imposto. Não chega a lhe arrancar o sorriso ou a leveza da infância, apenas o incomoda.
Para a família completa de “comercial de margarina”, ele mesmo arrumou uma solução.
- Então, o jeito é ser irmão mais velho mesmo. Daí ou você ou meu pai precisa arrumar um bebê.
- Mas tem famílias com dois irmãos, também, né? Como a minha...
- É, mas a minha precisa de um outro irmão, para morar junto comigo.
- Tudo bem. Vamos ver isso mais para frente.
E, por enquanto, vamos tentando vôos curtos com pensamentos longos. Enquanto ele pensa o porquê de não poder ser assim, eu penso o porquê de não ser suficiente do nosso jeito.
- Mãe, bem que a gente podia ter uma família completa, né?
- Filho, o que é uma família completa? Você acha que a nossa família é incompleto?
- Mãe, uma família completa tem que ter um pai, uma mãe, um irmão mais velho, um irmão do meio e um irmão pequeno.
- Ah... Então a sua é quase completa. Tem um pai, uma mãe e uma irmã, né? E tem ainda uma avó, uma dinda e uma porção de gente que te ama.
- É, mas só que famílias completas de verdade moram juntas.
“O pensamento parece uma coisa boa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar”, já dizia a música.
Lá em casa, via de regra, meu filho não vê novela, nem coisas do gênero. Na programação infantil, os desenhos têm famílias diferentes, irmãos que viajam para terras distantes e super-heróis imbatíveis de cores e sexos variados que vivem sozinhos por opção. Só não consegui fugir dos pais “comercial de margarina” do desenho Caillou. Na escola, não existe dia disso ou daquilo, existe dia da família. Nos livros, os personagens não seguem padrões. Na sala de aula, os colegas têm as mais distintas formações familiares e tudo é dito com muita clareza pelos educadores.
Mas não sei em que momento a família cristã padrão fisgou o meu filho. Mas fisgou de jeito. Este foi apenas um dos questionamentos de uma fileira que ele me expôs. E, mesmo recebendo sempre respostas diretas e objetivas, o pensamento está ali, imposto. Não chega a lhe arrancar o sorriso ou a leveza da infância, apenas o incomoda.
Para a família completa de “comercial de margarina”, ele mesmo arrumou uma solução.
- Então, o jeito é ser irmão mais velho mesmo. Daí ou você ou meu pai precisa arrumar um bebê.
- Mas tem famílias com dois irmãos, também, né? Como a minha...
- É, mas a minha precisa de um outro irmão, para morar junto comigo.
- Tudo bem. Vamos ver isso mais para frente.
E, por enquanto, vamos tentando vôos curtos com pensamentos longos. Enquanto ele pensa o porquê de não poder ser assim, eu penso o porquê de não ser suficiente do nosso jeito.
o meu pensamento voa no sentido do desejo de que chegue logo o dia em que do jeito que é seja suficiente.
ResponderExcluire eu tenho inveja da escola do Tomás. na escola do Arthur tem dia das mães, dia dos Pais, tem poema para as mães, tem poema para os pais... engraçado como nunca tem poema para a avó, para o avô, para o tio, para a dinda...
bjo.
Luisa, adoro seus textos!
ResponderExcluirAh, e os questionamentos do Tomás! hehe
Beijo!
Maíra