quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu quero ser o rock!!!

A frase do título é do Tomás. Sim, porque depois dos 30, estou mais para bossa do que para qualquer outra coisa. A decisão veio acompanhada de outros encaminhamentos. Deixar o cabelo crescer, substituir o próximo membro do Iron Maiden a morrer, jogar Guitar Hero até "afiar os dedos" e ser radical.

Ouvi tudo tranquilamente e até um pouco feliz depois do breve caso que o garoto quis manter com a música sertaneja. Agora, ele anda ouvindo as mesmas músicas que meu namorado e os dois combinam de colocar um “metal mais pesado” quando eu entro no carro. Mas eu não me aflijo, afinal o rock pode ser uma boa influência para o rapaz e o radicalismo inicial morrerá em poucas semanas. (Ou não?).

Esta semana, ele me pergunta se o cabelo já está grande, igual ao do “Wolverine”.

- Está quase, filho!

- Que bom! Eu quero que ele cresça até os ombros.

- Filho, nem todo roqueiro tem o cabelo comprido.

- Mas eu sou do tipo que tem.

Sim, eu esperava por isso desde o dia que ele nasceu, mas não tão cedo assim. Se os cabelos dele fossem lisinhos e sedosos, eu mesma teria feito o invencível corte “cuia de índio” para realizar meus secretos desejos maternos (acho lindo!). Mas os cabelos dele são lisos, porém nem tanto, são um pouco armados e têm redemoinhos como o meu. E o tanto que ele quer que cresça é um pouco muito para o padrão.

O padrão? Meninos com cabelos de meninos e meninas com cabelos de meninas. Aff! Que horror escrever ou pensar nisso. Fui criada com cabelos curtos e sem brincos, pés no chão invariavelmente e nada de rosa. Minha irmã também. O assunto é piada lá em casa. Minha irmã, quando pequena, usava tantas bermudas, que na rua perguntavam: “como é o nome dele?”. Então, este não é um valor familiar. Minha mãe nunca se preocupou em “embonecar” a gente. Aliás, a sua maior preocupação estética era com os nossos joelhos: “vão ver que cicatrizes enormes terão nas pernas”.

Mas o fato é que, mesmo sem histórico, repito padrões escolhidos pelos outros para mim e como discurso fraco não cola com o Tomás, tento seguir o que os outros inventaram que é normal.

- Filho, você não vai ficar sem graça de ser zoado pelos amigos.

- Não, mãe! Lá na escola já tem outros três meninos assim. Eles já devem ter passado por isso. E eu sou muito menino para deixar o cabelo crescer.

Sim. Ele é rock. Eu sou bossa. Ele é autêntico. Eu sou repetitiva. Ele está certo. Eu estou incrivelmente errada. Em breve, nas novas fotos deste perfil, fotos de um menino autenticamente cabeludo.

3 comentários:

  1. A quase ex-criança lá de casa sempre teve essa tendência um tanto hard. Manifestada cedo, também nas madeixas, que ela insiste em deixar maiores que o tal padrão. Como o cabelo do Arthur é do tipo que toda menina sonha ter, nenhum problema para mim. Pelo contrário. E essa é uma característica dele que sempre incentivei. Certa vez quase "nos traí" pedindo para ele reduzir o comprimento, já quase desistindo de resistir às tantas pressões externas. Mas ainda bem que não o fiz. E ele continua com o cabelo lindo...

    Deixe Tomás ser roqueiro e cabeludo. Nem que seja por uma semana...

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  2. Tomás Dickinson rules!!!
    He rocks!
    Boas influências pro garoto. A maninha torta dele canta creed desde que aprendeu a falar e é rosa choque puro.

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  3. Oi Luisa
    Obrigada pelo post no 3x30!!
    Um beijo meu e do baby

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