segunda-feira, 3 de maio de 2010

Qual é o meu papel?

Final de domingo costuma ser uma canseira. Depois de muita diversão, a hora de ir para a cama e se preparar para uma nova semana não é muito tranquila. Lemos livro, revisamos os combinados e fazemos compromissos para o que nos espera na segunda-feira.


No caso deste domingo, o compromisso dizia respeito à televisão. Sim. A vilã ataca lá em casa e a ferro e fogo. O pequeno é um apaixonado da telinha azulada. Adora desenhos, mas tem se metido a assistir outras paradas e as outras paradas não são muito legais.

Programação teen às 9 horas da manhã. Ninguém merece! A essa hora, penso eu, os adolescentes estão na escola. E quem fica sujeito à gritaria e aos modismos da juventude são os pequenos que estudam à tarde.

A regra é não assistir a estes programas, mas eles estão misturados aos desenhos (muitos já seguem a tendência da voz alterada, dos namoricos, da ironiza exacerbada). O ideal seria assistir TV educativa, mas tenho que lidar com a realidade. Mesmo que assista ao educativo, o filhote sabe mexer em um controle remoto e quer mais do que lhe é oferecido em alguns horários da programação infantil.



- Mãe, isso é para neném! Não quer que eu assista, né?



Tudo bem. Super-heróis, monstros terríveis, revanches, alienígenas... Convivi com isso a minha infância toda e não me limitei. Então, é preciso conhecer de tudo um pouco. Queria muito que ele ficasse só com os ótimos As Aventuras de Piggley Winks, Backyardigans, Pinky Dinky Doo, Madeleine (lindo!), Peixonautas e Harry e o Balde dos Dinossauros. Mas não estão sempre disponíveis.



Então, cardápio diversificado, nas horas que ele tem na frente da telinha, mas sem programas com atores, mini-novelas. O “barraco” estava armado. O diálogo que segue só me faz ter certeza da decisão, mas me mostra que, a cada desafio, preciso de doses extras de paciência, de tolerância e de inteligência.

- Mãe, por que você quer escolher o que eu vou ver? Por que você não escolhe o que você vai ver?


- Filho, mas este é o meu papel. Meu papel de mãe. Mostrar para você certos caminhos, o que é certo, o que é errado.

- Quem te disse que este é o papel de mãe?

- É claro que é. Eu sou sua mãe. Tenho que te educar. Se não for este o meu papel, qual é?

- Ah, mãe... Educação eu tenho na escola e mãe serve mesmo é para colocar filho no mundo.

- O que?

- Ficar grávida, mãe. Este é o seu papel.

Papel vencido, porque já faz tempo que coloquei o bichinho no mundo. Mas preciso me atualizar e colocá-lo neste mundo muitas vezes, o tanto necessário para que ele chegue a algum lugar e compreenda certos limites. Depois da discussão e algumas lágrimas derramadas, o acordo foi estabelecido. Lá em casa nada de Quase Anjos ou Zoey 101.

3 comentários:

  1. Zoey 101. Arthur vê.

    A tarefa se torna ainda muito mais árdua quando a gente lembra quão inúmeros são os "partos" nessa caminhada. Boa sorte também nesta empreitada...

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  2. uma resposta boa nessas horas:
    filho, papel de mãe é ser chata de vez em quando!

    rsrsrsrs

    minha amiga, encare esse diálogo como o mais sutil perto do que está por vir....
    sim, eles crescem! e nós nunca iremos nos acostumar com essa ideia.

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  3. HAHAHAHAHAHAHAHA!!
    que menino petulante!

    sensacional

    bjsss

    deb

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