segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cadê Patrícia


Faz umas duas semanas que sempre penso nesta moça que não conheci na hora que vou dormir. Li uma reportagem sobre o seu sumiço e fiquei pensando na dor da sua família, no desassossego de quem não sabe o que aconteceu com quem se ama. Semana passada, os policiais militares envolvidos no desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro Franco, de 24 anos, foram presos, no Rio de Janeiro. Eles vão responder por homicídio, além do crime de ocultação de cadáver. Apesar disso, o corpo da jovem ainda não foi encontrado. A família ainda pergunta “Cadê Patrícia”. Na internet, o pai da jovem construiu um site http://www.cadepatricia.com.br/ com fotos e as etapas da investigação. A pergunta foi repetida por várias pessoas públicas e até por uma torcida organizada. Para a sua pergunta ainda não existe resposta. O corpo de Patrícia nunca voltou para a sua família.
Em 14 de maio do ano passado, o carro que Patrícia dirigia foi encontrado às margens do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca. Ela voltava de uma festa na Urca e dirigia em alta velocidade e com a carteira de habilitação vencida. Marcas de disparos feitos por armas de fogo também foram encontradas na lataria do carro da engenheira. Foi aí que Patrícia não voltou para casa como tantos outros jovens, vítimas da violência policial. Como se ensina para um filho a ter medo da polícia? Como explicamos para uma criança que além dos bandidos, temos que ter medo dos policiais? Como a gente vive em um mundo em que nem todos os fardados são mocinhos? Como a gente dorme na hora que os filhos estão fora de casa?

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