segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mudanças necessárias

Ia ser só diversão a 4 reais. A ideia de assistir um filme acompanhada de grandes amigas que falasse sobre mulheres e as (des) venturas amorosas das mesmas me parecia uma programação excelente. Confesso que até incentivei, apesar de não ter total confiança no elenco encabeçado pela ótima Lília Cabral, mas também pelo duvidoso Cauã Raymond. Foi surpreendente. O excelente “Divã”, que arranca risadas do seu público, emociona a todos com a sua delicadeza ao falar da tão criticada amizade feminina e dos sonhos comuns a todas às mulheres. Fala sobre o ápice de um grande amor seguido pelo não menos óbvio morno amor dos dias depois dos 20 anos juntos. E esta história é revelada hora pelo diálogo com um analista sem rosto, hora pelas tão conhecidas confidências femininas. Me lembrou o título do email que recebi de uma amiga dia desses: "Mudanças necessárias". Quem não precisa fazê-las?

Enquanto a personagem Mercedes envelhece, nos vemos nela, no seu envelhecimento, na nossa dúvida sobre se era ou não esta “a portinha certa”. Então, acontecem as mudanças, tão sofridas para nós, mas sempre acompanhadas de tantas descobertas. São as mudanças necessárias, em que fazemos escolhas, mudamos o rumo. Cabelos repicados, luzes, roupa nova... Que mulher não conhece este repertório? “Divã” fala sobre como duas mulheres tão diferentes poderiam querer a mesma coisa que todas querem: ser feliz. E, nisso, o filme é de uma delicadeza instantânea. Para ser feliz, somos diferentes, mas a felicidade nos torna iguais e não há nada, nada de extraordinário nela, a não ser a simplicidade de se aceitar feliz, de como diz a trilha na rouca voz de Ana Carolina “vou deixar a rua me levar”.

Fiquei encantada e pensando muitos dias no filme e em um recadinho do final, quando a personagem principal percebe que depois de muito tempo junto com a amiga não tinha dito a ela o “fundamental”. Às vezes, preocupadas com os outros deixamos de viver o “fundamental”. Acho que preciso praticar o exercício do “fundamental” diariamente. Já deixei muitas vezes de dizer “obrigada”, “parabéns”, “adorei” e de ser feliz porque não estava no script. Segue o exercício de hoje, com atraso de alguns dias de quando deveria ter sido dito.

- Lú, obrigada por me deixar ao seu lado nestes dias! Tenho me ajudado buscando te ajudar.

E o filme permanece em cartaz para quem não viu ainda. Plim! Plim!

Um comentário:

  1. Ai Lu, se vc soubesse como tem me ajudado...Eu é que te agradeço pelo apoio e pelas palavras amigas, sempre!

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