quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Levando palavras nas mãos



- Mãe, meu dente sangrou.

- O que foi desta vez, Tomás?

- Eu tava rezando.

- Você sempre está rezando e por isso vive com as pernas roxas, as costas lanhadas e por aí vai...

- Não, mãe, é que eu tava rezando quando a professora pediu para a gente abraçar a amiga do lado. Daí meu dente bateu na cabeça dela.

(...)

- Eu bem que disse que essas coisas só acontecem quando a gente tá rezando.

O dente amoleceu e caiu na semana seguinte, seguindo na verdade, a sua vocação.

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Estávamos no quarto vendo antigas fotos, eu e minha mãe, quando o pequeno entra invadindo o espaço e agarra um vidro de perfume antigo e borrifa no seu 1,2 metros. (O perfume já foi o meu favorito, mas é muito forte e agora fica na casa materna, para dias sem opção). Foi espirro para tudo quanto é lado.

- Filho, por que você fez isso?

- A professora falou, mãe, que hoje vamos tirar foto e que era para todo mundo ir perfumado. Eu é que não vou sem perfume, né?

Ele ficou perfumado para fotos a semana toda.

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Dia desses sai com ele para resolver pendências no Centro e parei meus olhos em uma loja daquelas antigas com vários utensílios domésticos e está na minha lista comprar uma panelinha de ferro para fazer um brigadeiro. Fiquei namorando a dita quando disse:


- Preciso tanto comprar uma panela nova, filho.


- Mãe, você não sabe que panela velha é que faz comida boa?


Sobre este tópico, nada a declarar. (Será que meu filho fez alguma indireta?)

3 comentários:

  1. Rarara, muito bom! Tomás já apresenta aquele senso prático de todo homem. Pra que comprar uma panela nova?

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  2. haiuhaiuhaiuahuiahuia!!!!
    Gente, o Tomás é uma piada! Beijosssss

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