Não está escrito em nenhuma página do meu “Aurélio” que felicidade é estar perto de quem se ama, de preferência, rodeado dos seres amados. Nem que felicidade é ver quem você ama muito, mas muito feliz e se você puder colaborar com “uma mãozinha”, ai, daí é algo grandiosamente feliz. E que se esta pessoa realizar um daqueles sonhos mais secretos, você ganha uma fatia da felicidade como se fosse um pedaço de bolo.
E se você, com muito medo de algo dar errado, em um momento que você se esquece de que pode dar certo, visualiza os passos corretos e firmes de quem você ama no caminho perfeito, ah... Aí é explosão de felicidade, mesmo sem estar escrito no dicionário.
Também não foi registrado em nenhum dos sinônimos da felicidade a saudade. Porque depois, pôr fim a ela com muitos abraços e beijinhos é capaz de te deixar estranhamente plena. E é ainda mais estranho que não esteja escrito que a lembrança de dias felizes nos faça ainda assim felizes para sempre.
- Filho, se comporte, por favor! Hoje é um dia muito especial para todos e eu não quero ficar chamando sua atenção.
- Mas por que é tão especial?
- Porque foi um dia muito sonhado e desejado, porque estão todos felizes. É um dia muito feliz.
- Mãe, hoje é o dia mais feliz do mundo?
- Para alguém, com certeza, sim.
- Ah... E qual foi o seu dia mais feliz do mundo?
- Foi o dia que você nasceu.
- E o meu, foi o dia que eu te escolhi.
Apenas porque não existem medidas para esta tal felicidade, eu perdi a capacidade de dizer quantas vezes fui feliz. Porque medidores, réguas, calendários, sinônimos e antônimos não são capazes de explicar o amor, que é o motor da minha felicidade. Dias felizes são compartilhados sem preocupação com a capacidade ou o fim deste recurso infinito e batem na nossa porta sem agenda.
Eu vou rasgar a página do dicionário que diz que a felicidade é “ventura, contentamento”. Com certeza, hoje sinto mais que isso. Abri a porta e deixei entrar.