quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mudanças



“Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente

Viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo

No mundo”

Lulu Santos


O mundo a minha volta mudou. Virou de cabeça para baixo, tomou banho de chuva, fez cachos e está, assim, completamente diferente. E não foi só ele quem mudou, foram as pessoas à minha volta, fui eu... E tantas mudanças nos obrigam a mudar de lugar, a se reposicionar e a refazer laços antigos. Dá muito trabalho. Muitas vezes diante de um nó, aparentemente bem feito, encontramos muitas mágoas, coisas deixadas para trás, poeira escondida debaixo do tapete. E, às vezes, é quase certo que para refazer o laço é preciso cortar um pouquinho, diminuir as pontas, deixar a fita aberta para perder as marcas... Em outras ocasiões, os laços se desfazem e se refazem sem que a gente se dê muita conta. Daí, um dia à tarde, o telefone não toca, você sente um silêncio e pensa “no que estava ali há um segundo”.


Tenho vivido isso intensamente. 2009 está sendo um ano de mudanças. Não são apenas partidas, são chegadas, mudanças diversas. Meus amigos, minha família, está tudo tão diferente. Os vizinhos de porta, mudaram-se todos. Duas grandes amigas preparam as malas e lá se vão... para São Paulo, rumo à uma nova vida. Minha irmã está casada e agora minha família vive em três endereços diferentes nesta pequena grande cidade. Meu filho será alfabetizado. Minha amiga de infância ganhou dois filhos de uma só vez. E foi tudo tão rápido...

Quando há uns meses atrás, nos reunimos para comemorar os dez anos de formatura, atrás da mesa, para fotos, tinha homens e mulheres com sorrisos de meninos e meninas. É, ando nostálgica, um bocado. Estou sentindo muitas saudades das pessoas como elas eram, de mim como eu fui um dia, das risadas que eu dei, dos amores que senti, das dores que resolvi. Não há tédio, nem tristeza nesta saudade, apenas um pouquinho de dor porque a cada mudança a gente separa um pouquinho para guardar nas caixas de recordações. E ganha um pouquinho, é certo, para levar adiante. Mas estou exatamente abrindo a caixa para guardar os passeios sem compromisso, a sobremesa na Richesse às 13h40, as letras de música na contracapa do caderno, as balinhas furtadas na aula, as caronas para as festas, a torta de sorvete, as horas no telefone...

Hoje não tem histórinha do Tomás. Também, pudera... O Tomás só tem 5 anos. Ele só quer saber se o dente dele irá cair amanhã, se o dia das crianças é amanhã, se o céu estará nublado amanhã. E, eu? Bem, eu quero saber onde eu guardei o dente perdido aos 12 anos, se os meus amigos sentem saudades também, se o vestido dos meus 6 anos ainda pode existir em algum canto do mundo, se o pirulito Zorro era mesmo o melhor pirulito do mundo e se para nostalgia existe remédio, além do tempo. Mas, sinceramente, acho que é como uma onda e já irá passar.

3 comentários:

  1. Oi Lu! Vc tá mesmo nostálgica esses dias, hein? Eu tb me sinto assim...Tb senti isso no dia da comemoração da década de formados...É bom lembrar do que passou, mas não queria voltar não...Lá em casa brigam comigo pq tenho mania de guardar tudo...Principalmente as agendas...É bom demais reler...Aliás, guardo até os cadernos da faculdade e, dentro deles, bilhetinhos que a gente trocava...Que coisa! Fiota, não precisa ter dúvidas. Zorro sempre foi e sempre será o melhor...Imbatível!

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  2. "O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo." (Mario Quintana)

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  3. Oi Luísa,
    que blog bonito o teu! Vim espiar e acabei ficando. Com toda certeza voltarei mais vezes pra compartilhar as bonitezas e urdiduras que movem nosso cotidiano.
    Grande abraço.

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