segunda-feira, 22 de março de 2010

Pequeno construtor

Quando o Tomás tinha pouco mais que um ano, o presenteei com um jogo de blocos de construção. A habilidade em projetar pequenas cidades, garagens e mansões marcou sua primeira infância. Com o tio engenheiro, foi várias vezes visitar obras, vencer o medo das máquinas e observar como se planeja a construção de grandes obras. Não raro observou a falta de um detalhe ou um defeito mais latente. Nunca dispensou elogios também, mas sempre garantindo que, caso fosse “o construtor da obra”, faria diferente. De presente dos mais próximos, muitas vezes ganhou legos, bloquinhos, capacetes e ferramentas. E foi construindo o seu sonho que, nesta manhã, me disse:

- Mãe, quando eu crescer vou construir uma cabana em uma ilha deserta para morarmos.

- Em uma ilha deserta? Por que, filho?

- Porque sim, mãe. Vou construir também um barco para irmos até lá.

- Mas você quer deixar tudo o que temos aqui para trás?

- Quase tudo. Vou levar algumas pessoas comigo.

- Sim. Até imagino as pessoas que irão conosco, mas quem não vai ficará triste.

- Sabe o que é, mãe? Lá na ilha deserta não vai ter esta história de conta de energia, hora de tomar banho, nem este tanto de segunda-feira que vocês inventam. Eu vou construir uma cabana para você ser livre.

(Está combinado. Vou ver com ele se tem vagas para vocês serem livres também.)

3 comentários:

  1. as crianças possuem uma percepção das coisas ao seu redor inacreditável!

    quando vocês partem? podemos ir também?

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