segunda-feira, 18 de maio de 2009

Roda viva


“Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...”

(Chico Buarque – Roda Viva)


Este nado contra a corrente, em que usamos todos os músculos do corpo para dar conta, é ele que não nos deixa chegar lá, onde está a roseira, o sossego, a calmaria dos dias sonhados. Mas, ainda bem, que é nesta roda viva de todos os dias em que nos percebemos acompanhadas, como que por anjos, que estão com os pés ao lado dos nossos para nos fazer resistir e não afogar. Tenho amigas que estão assim, “pé com pé”, comigo. E é com elas que divido as mudanças, cultivo roseiras e sonhos, acalento choros e desilusões. E é com elas que vou colher a primeira rosa, quando eu chegar lá. E é para elas que ofereço meus remos extras em caso de uma viagem muito difícil e tempestuosa.

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